sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Zica Virus

O zika virus surgiu pela primeira vez em 1947, na floresta de Zika, na África, num macaco que estava sendo submetido a testes para pesquisa da malária. De 1947 a 2007 apareceram apenas 14 casos de contaminação, com sintomas leves e que se resolveram em menos de uma semana. Em 2007 surgiu o primeiro caso fora da África. Apareceu na Ilha Yap, na Micronésia. Foram comprovados 49 casos e outros 59 foram considerados “prováveis”, mas em 5.000 pessoas, 75% dos habitantes da ilha, foram encontrados anticorpos, o que significa que contraíram o vírus mas nem chegaram a ter sintoma algum. Ninguém foi hospitalizado e ninguém morreu.
Em 2013 o vírus apareceu na Polinésia Francesa. Cerca de 19.000 pessoas foram contaminadas, inclusive um bebê, mas todos se recuperaram, ninguém morreu.
Antes da copa do mundo houve um alerta dos médicos ao governo, solicitando que fossem montadas vigilâncias nos aeroportos e demais pontos de entrada, para evitar que pessoas provenientes de países onde havia ebola, chikungunya e zika trouxessem essas doenças para o Brasil. Nós comentamos isso aqui no Largado. Como nada foi feito, o zika e a chikungunya chegaram.
Quem transmite o zika vírus é a fêmea do mosquito. Após picar uma pessoa contaminada, em cerca de 5 dias ela se torna transmissora do vírus.
Especialistas da área, em publicações científicas, dizem que nunca foi desenvolvida uma vacina porque o sistema imunológico das pessoas dão conta do zika virus. Além disso, sabemos que como zika, dengue, chikungunya são doenças de países pobres e atrasados, as empresas nunca se interessaram. Agora isso começa a mudar. De qualquer forma, eles dizem que essa epidemia no Brasil é decorrência da falta de saneamento básico e do baixo sistema imunológico da população. Muitas pessoas aqui no Brasil já foram picadas pelo mosquito e não tiveram sintoma algum, ou tiveram sintomas leves que regrediram em alguns dias.
A pergunta que não quer calar: por que um vírus que durante tantos anos nunca causou complicações bem sérias, de repente começou a provocar microcefalia? Nunca houve nenhum caso de microcefalia antes. Então, o que houve? O vírus se modificou? Ou o quê? O que aconteceu aqui no Brasil?
Na internet, diversas teorias da conspiração respondem à pergunta. Uma delas diz que a culpa é do Bill Gates, que está financiando projetos biológicos para matar um grande nº de pessoas, já que em breve não haverá comida suficiente para toda a população do planeta. Coitado do Bill Gates. Mas, por trás dessas teorias, existem alguns fatos.
A Oxitec é uma empresa inglesa, com vários financiadores, inclusive o Bill Gates, que abriu uma “fábrica” no Brasil, junto com sócios brasileiros, para produzir mosquitos geneticamente modificados, apenas machos, que ao cruzarem com as fêmeas selvagens do Aedes impediriam que novas larvas se desenvolvessem, ou que morressem logo após eclodirem. Fato comemorado pelo governo e largamente anunciado na tv. A Oxitec instalou sua fábrica e só depois recebeu a autorização da CTNBio, Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, órgão responsável pela avaliação de riscos ao meio ambiente e à saúde humana. Questionada, a CTNBio informou que concedeu a autorização porque a fábrica já estava instalada e produzindo os mosquitos. Então, fica a pergunta: a fábrica foi instalada porque já sabiam que a autorização seria dada? A ANVISA, por sua vez, não deu sua autorização até hoje. A autorização da ANVISA permitiria a comercialização dos mosquitos. A Oxitec também solicitou autorização no Panamá e nos EUA, mas ainda não foram concedidas.
Antes disso, a firma fez pequenos experimentos em áreas rurais, quase despovoadas, nas Ilhas Cayman e na Malásia. Nem nesses locais, e nem no Brasil, a empresa apresentou um estudo de avaliação dos riscos. Ainda assim, o Brasil foi o único país que aprovou a liberação dos mosquitos.
A fábrica foi instalada em Campinas, interior de São Paulo. O Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, de Piracicaba, se posicionou contra a liberação dos mosquitos na cidade, assim como os técnicos da Fundação Osvaldo Cruz, que chegaram a enviar carta à OAB esclarecendo que estavam sendo alvos de pressões por se posicionarem contra. O MP em Piracicaba suspendeu a liberação dos mosquitos, e a procuradora Maria Cristina de Freitas solicitou à Secretaria de Saúde que informasse quais as razões técnicas e os estudos que justificavam o uso dessa biotecnologia. Mas no fim, milhões de mosquitos foram liberados em Piracicaba e outros milhões na Bahia. O que se questionava eram os seguintes pontos:
01 – a empresa deveria apresentar um estudo de avaliação dos riscos, o que nunca foi feito.
02 – os mosquitos geneticamente modificados impediriam apenas o nascimento de novas larvas, mas os machos selvagens e as fêmeas continuariam a cruzar, produzindo novos mosquitos. Que solução é essa?
03 – o país ficaria dependente da Oxitec, pois teria que estar liberando sem cessar esses mosquitos, a um custo muito alto.
04 – as larvas sobreviveriam se entrassem em contato com a tetraciclina, antibiótico muito usado, tanto pelas pessoas quanto em veterinária e na pecuária. Eliminado pela urina, o antibiótico é facilmente encontrado em rios, no solo, e em embalagens erroneâmente descartadas.
05 – no caso de alguma larva sobreviver ela seria uma nova espécie, produto de uma fêmea selvagem e um mosquito transgênero? Transmitiria outras doenças?
Não temos como saber as respostas, já que ninguém explica, e também porque nas localidades onde os mosquitos foram soltos não houve um acompanhamento da saúde da população para avaliar os resultados. Escuridão total.
Só sabemos com certeza o seguinte:
01 – a população brasileira está sendo cobaia de uma experiência sem nem ao menos saber disso. Ninguém veio na tv informar a população.
02 – o zika vírus não é brasileiro, é africano.
03 – a microcefalia é uma doença brasileira.
Uma estimativa de custos, feita pela Oxitec, calcula que a produção e liberação de seus mosquitos, para uma cidade com 50.000 habitantes, custaria entre 2 a 5 milhões de reais no primeiro ano, e mais 1 milhão a cada ano seguinte. Imagine quanto custaria isso numa grande cidade.
Diante disso pode-se perceber que o Brasil se tornaria uma mina dedinheiro para a Oxitec, mas estranhamente, em agosto de 2015, a Oxitec abriu mão dessa mina e foi vendida para a Intrexon.
Helen Wallace, diretora da GeneWatch, publicou um livro chamado “Mosquitos Geneticamente Modificados: Preocupações Atuais”, na série Biotecnologia e Biossegurança, traduzido para o português em 2014, onde analisa as experiências da Oxitec. No livro, diz ela:
“A decisão de levar a cabo experimentos em uma escala maior no Brasil parece responder a um acordo político para comercializar a tecnologia da Oxitec nesse país, ao invés de responder a uma avaliação integral dos possíveis riscos e benefícios”.
O IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares), órgão do CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), junto com o CENA (Centro de de Energia Nuclear na Agricultura, órgão da USP, estão estudando os efeitos da radiação sobre o Aedes Aegypti. A técnica, chamada TIE (Técnica do Inseto Estéril), consiste em expor os machos do mosquito a raio-x ou gama, em laboratório, para torná-los estéreis. Depois seriam soltos para cruzar com a fêmeas nativas, cujos ovos não se desenvolveriam. Essa TIE já foi usada com sucesso aqui no Brasil para matar outros insetos que afetam a agricultura.
A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), órgão da ONU, também se juntou a esse estudo.
Outra pergunta que não quer calar. Se todos esses órgãos públicos já detêm essa tecnologia, porque autorizaram a Oxitec a vir fazer experiências aqui?
Avalie você tudo isso. Todas as informações estão na internet.Ripado do largado.