quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Antipatias e Simpatias


Todos temos antipatias e simpatias. O que não podemos permitir é que nossas antipatias e simpatias interfiram em nosso trabalho ou em nossos negócios de forma a prejudicá-los. Conheço pessoas que deixam suas antipatias e simpatias conduzirem suas vidas profissionais e, obviamente, perdem enormes chances de vencer na empresa e realizar excelentes negócios. 

Temos de ter em mente que todos temos o direito e, muitas vezes, o dever de trabalhar com pessoas por quem não temos muita simpatia e que não nutrem simpatia por nós. Uma antipatia entre gerentes pode prejudicar a qualidade de produtos e serviços de uma empresa inteira. Uma antipatia entre diretores pode fazer com que a empresa perca fornecedores essenciais. Uma antipatia entre secretárias pode fazer com que informações vitais não cheguem às pessoas certas, na hora certa, da forma certa.

Da mesma forma, uma descontrolada simpatia pessoal pode fazer com que se favoreçam pessoas, departamentos e empresas de forma pouco crítica. Muitas pessoas querem ajudar amigos usando a empresa como meio, sem levar em conta a competência desse amigo ou mesmo as condições em que esse favorecimento é feito.

Assim, é preciso que cada pessoa analise bem suas antipatias e simpatias. É preciso que todos façamos um exame de consciência para perceber se não estamos perdendo o necessário equilíbrio, deixando que essas emoções nos prejudiquem e nos façam cometer injustiças.

Antipatias e simpatias existem e sempre existirão. Sempre teremos mais prazer em trabalhar e negociar com pessoas que nos são simpáticas. Mas temos que reconhecer a diversidade da espécie humana e compreender que não é possível agradar a todos, ser simpático a todas as pessoas. Da mesma forma como nutrimos antipatias e simpatias por outras pessoas é preciso compreender que as outras pessoas também nos acharão simpáticos ou antipáticos e isso não deve ser fator impeditivo para nosso sucesso profissional. Num time de futebol ou de qualquer outro esporte coletivo, com certeza há simpatias e antipatias entre jogadores. Mas isso não pode impedir que a bola seja passada àquele que estiver melhor colocado para marcar o tento da vitória.

Nesta semana, veja se você não está permitindo que suas antipatias ou simpatias assumam o controle de sua vida profissional.
Pense nisso. 
Sucesso!
Luiz Marins

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

(Intervalo ) Jean Claude Borelly-Dolannes Melodie

Julgamento

Um jovem de 24 anos, olhando pela janela do trem gritou: ”Pai, olhe as


árvores andando para trás.!!!” O pai sorriu, e um casal que estava sentado

próximo a eles, olhou o comportamento infantil do rapaz de 24 anos com

piedade.

De repente, novamente o rapaz exclamou: ”Pai, veja as nuvens correndo com

a gente”.

O casal não resistiu. Eles pensaram que o rapaz era mentalmente deficiente

e disseram …para o velho: Por que você não o leva a um bom médico?

O velho sorriu e disse….”eu fiz isso, acabamos de sair do hospital, meu

filho era cego de nascença e acabou de ganhar esses olhos hoje.”

Moral : Cada pessoa no planeta tem uma historia.. Não julgue as pessoas

antes de realmente conhece-las. A verdade pode te surpreender!!!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O Valioso Tempo dos Maduros


Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora. 

Tenho muito mais passado do que futuro. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroco. 

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram cobiçando seus lugares, talentos e sorte. Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha vida. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. 

Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral. As pessoas não debatem conteúdo, apenas os rótulos. 

Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa… 

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade… Só há que caminhar perto de coisas e pessoas de verdade. O essencial faz a vida valer a pena. E pra mim basta o essencial!
Rubem Alves

Espontaneidade do amor


Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. 

Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. 

Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue; outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. 

Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer.
Clarice Lispector

Chorei por gente que nunca conheci


"A distância faz umas coisas engraçadas com o coração da gente, torna-o frouxo, contamina o sangue com emoções cruas, cria imunidade contra a razão. De muito longe, eu acompanhei, no domingo, pelo Twitter, as notícias do incêndio na boate Kiss — “beijo”, seria a sua tradução para o português. Beijo da morte.
Alguém escreveu, “Quando um filho perde um pai, ele vira órfão. Quando um pai perde um filho, ele é o quê? Nada, mais nada”.
Do banco de passageiros do meu Chevrolet Malibu, atravessando o deserto ao longo da fronteira do México com o Arizona, onde sou chefe de redação do “New York Times”, chorei — por gente que nunca conheci, por futuros interrompidos.
Minha filha de 3 anos cochilava no banco de trás.
Chorei de raiva pelas mortes desnecessárias. Por que não havia uma luz iluminando a única saída de emergência da boate? Por que não havia outras saídas de emergência? Por que ninguém se deu conta da estupidez que é brincar com pólvora, ingrediente chave de efeitos pirotécnicos, em lugares cheios, fechados e forrados com um tipo de isolante acústico altamente inflamável?

No dia seguinte, enquanto os mortos eram velados em um ginásio, a perícia examinava os escombros e a polícia detinha os mais prováveis culpados: os integrantes da banda e um dos sócios da boate. O povo tem sede de justiça. As detenções são o seu copo d’água.
Temos raiva, mas não é raiva que impulsiona mudanças.
Um dia após a tragédia, prefeitos de várias cidades decidem intensificar a fiscalização de casas noturnas, como se, de supérfluo, segurança tivesse passado a ser necessidade.
As causas do incêndio em Santa Maria não são únicas. Mas, mesmo neste mundo globalizado em que vivemos, lições que poderiam ter sido aprendidas com semelhantes tragédias ocorridas em outros países, em um passado não tão distante, não cruzaram fronteiras.

Em 2003, os escombros de uma boate em Rhode Island, nos Estados Unidos, ainda esfumaçavam quando eu cheguei por lá para apurar uma matéria sobre um incêndio que havia matado cem pessoas durante o show de uma banda de rock.
O fogo começou quando uma faísca dos efeitos pirotécnicos usados pela banda pegou no isolante acústico que forrava o palco. As chamas se espalharam rapidamente. Uma fumaça tóxica, asfixiante, encheu o lugar, sugando o ar de quem tentava respirar para manter-se vivo. As luzes se apagaram; não havia como achar à saída de emergência. Houve gente que morreu no banheiro, pensando, talvez, que a sua porta de entrada fosse, na verdade, porta de saída.

A boate de Rhode Island estava super-lotada. A Kiss estava “megamente lotada”, como escreveu o DJ trabalhando na noite do incêndio, na sua página do Facebook.
Os donos da boate de Rhode Island — um deles, na época, um respeitado repórter de televisão — responderam a processos civis e criminais. Não admitiram a culpa, mas também não contestaram as acusações, uma manobra legal que lhes permitiu serem condenados sem serem julgados. O ex-repórter cumpriu pena suspensa de prisão por dez anos. O seu sócio passou três anos na prisão. Os familiares das vítimas e os sobreviventes receberam mais de US$ 150 milhões em indenizações.

O incêndio em Rhode Island poderia ter sido evitado, assim como o incêndio na boate República Cromagnon em Buenos Aires em 2004, que matou 194 pessoas 11 anos após o governo argentino ter imposto uma séria de exigências às casas noturnas do país, entre elas a instalação de múltiplas saídas de emergência. O ímpeto para essas exigências? Um incêndio em uma boate em Buenos Aires em 1993, que matou 17 jovens durante uma festa de formatura.

Na noite em que pegou fogo, a República Cromagnon tinha alvará de funcionamento, mas não tinha extintores de incêndio.
O tempo passa, a gente se esquece dos perigos evitáveis, esquece das regras, esquece das leis, molha a mão do fiscal para que ele ignore a ausência do que deveria estar presente.
Dinheiro e cadeia são elementos importantes do esforço de se fazer justiça.
Raiva e choro são catárticos para o coração de quem está longe ou perto; para a dor, não existem fronteiras.

O que causa mudanças são regras — impostas, sim, mas de que vale uma regra imposta se ela não é respeitada?"
Fernanda Santos - “The New York Times”