quarta-feira, 23 de maio de 2012

O padre e a pecadora

- Padre, perdoa-me porque pequei (voz feminina) - Diga-me filha - quais são os teus pecados? - Padre, o demónio da tentação se apoderou de mim, pobre pecadora. - Como é isso filha? - É que quando falo com um homem, tenho sensações no corpo que não saberia descrever... - Filha, apesar de padre, eu também sou um homem... - Sim, padre, por isso vim confessar-me contigo. - Bem filha, como são essas sensações? - Não sei bem como explicá-las - neste momento meu corpo se recusa a ficar de joelhos e necessito ficar mais à vontade. - Sério? - Sim, desejo relaxar - o melhor seria deitar-me... - Filha, deitada como? - De costas para o piso, até que passe a tensão... - E que mais? - É como um sofrimento que não encontro palavras. - Continue minha filha. - Talvez um pouco de calor me alivie... - Calor? - Calor padre, calor humano, que leve alívio ao meu padecer... - E com que frequência é essa tentação? - Permanente padre. Por exemplo, neste momento imagino que suas mãos massageando a minha pele me dariam muito alívio... - Filha?! - Sim padre, me perdoa, mas sinto necessidade de que alguém forte me estreite em seus braços e me dê o alívio de que necessito... - Por exemplo, eu? - Sim padre, você é a categoria de homem que imagino poder me aliviar. - Perdoa-me minha filha, mas preciso saber tua idade... - Setenta e quatro, padre. - Filha, vai em paz que o teu problema é reumatismo...

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