Preocupado com a inflação, como é seu dever, o Banco Central tomou medidas que dificultam a tomada de crédito pelos consumidores.
A maior facilidade para parcelar compras e tomar empréstimos tem trazido benefícios para a economia do país, é verdade.
Com o pagamento facilitado, aumenta a procura por bens --como carros e eletrodomésticos--, o que incentiva as empresas brasileiras a produzir mais e criar empregos.
Mas se o incentivo ao consumo é muito grande, aumentam os riscos de problemas na economia. O primeiro deles é a inflação.
As empresas, além de turbinar a produção, acabam aumentando também os preços, já que muita gente se mostra disposta a pagar mais. Se todas pensam assim, a inflação aumenta --o que já está acontecendo.
Outro risco é de que muitos tomadores de empréstimo não consigam pagar as parcelas prometidas.
Quem fica desempregado, por exemplo, tem maiores dificuldades de pagar um carro, hoje financiado em até 60 vezes.
Com as novas medidas, as concessionárias já estão cortando o número de parcelas. O prazo máximo deve cair para cerca de 40 meses. O valor de cada prestação, portanto, deve subir.
O objetivo do Banco Central é evitar um aumento nos calotes --o que traria problemas para os bancos e para a economia.
As autoridades estão corretas em tomar esse tipo de medida preventiva.
Mas cabe, antes de tudo, aos próprios consumidores terem mais cuidado com o tipo de empréstimo e de parcelamento que fazem.
Prudência não faz mal a ninguém. Dinheiro no bolso --ou seja, economizar um pouco também não.
Fonte :Agora SP
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